A importância da biossegurança na radiologia
A biossegurança na radiologia é fundamental para a garantia da segurança e saúde dos profissionais que atuam na área bem como dos pacientes.
Trata-se de um conjunto de medidas que visam reduzir a exposição à radiação que, sabidamente, pode causar prejuízos à saúde em casos de exposição intensa ou continuada.
As regras de biossegurança na radiologia são definidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e devem ser cumpridas por todas as instituições que utilizam equipamentos que emitem radiação ionizante, como aparelhos de raios-x, mamógrafos e outros.
Qual a importância da biossegurança na radiologia?
A exposição à radiação compromete a saúde de diferentes formas no longo prazo, causando riscos aumentados de condições como:
- infertilidade;
- eritema;
- catarata;
- alterações celulares com risco aumentado de câncer, especialmente na tireoide.
Um dos desafios das medidas de biossegurança na radiologia deve-se ao fato que essas alterações são silenciosas e cumulativas, só manifestando-se quando já estão em estágio avançado devido às mutações genéticas causadas pela radiação.
Apesar de a exposição à radiação não ser significativa para causar essas alterações nos pacientes que realizam exames apenas esporadicamente, podem apresentar riscos elevados no caso dos profissionais da radiologia.
As medidas de biossegurança na radiologia, portanto, apesar de também visam a proteção dos pacientes, são especialmente formuladas para garantir a segurança e saúde dos trabalhadores na área radiológica.
No longo prazo, o cumprimento adequado das orientações é determinante na qualidade de vida, saúde e preservação do bem-estar desses profissionais.
Uma das formas de garantir uma exposição reduzida para os técnicos em radiologia, por exemplo, é a jornada de trabalho que deve ser de, no máximo, 24 horas por semana.
Além disso, existem diversas práticas no dia a dia, relacionadas diretamente à atuação do profissional, mas não apenas, que garantem a segurança.
Como garantir a biossegurança na radiologia?
A biossegurança na radiologia depende de um conjunto de medidas e não apenas do uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), ainda que eles sejam fundamentais e indispensáveis no exercício das atividades.
A promoção da biossegurança na radiologia deve ser garantida tanto pelos profissionais da área como pela instituição de saúde. Confira a seguir.
Infraestrutura física
Um dos primeiros aspectos a serem considerados em uma clínica radiológica é quanto à infraestrutura física do local.
Uma exigência legal para reduzir a exposição à radiação para profissionais, pacientes e acompanhantes é quanto à blindagem da sala de raios-x.
Para a blindagem é exigido que haja o isolamento de toda a infraestrutura da sala, como pisos, teto e paredes, sendo que o revestimento e a espessura dependem do fator de radiação da sala, mas pode ser de chumbo, concreto, ferro ou outros materiais.
Além da sala como um todo, é fundamental que a infraestrutura física da sala de raios-x comporte a cabine do técnico.
É nesse local que fica o computador e painel de controle do equipamento e onde o profissional permanece durante a realização do exame.
É fundamental que tanto o cubículo quanto às salas adjacentes passem pela radiometria, ou seja, a medição dos níveis de radiação, monitorados e mantidos dentro dos parâmetros exigidos pelas normas de biossegurança na radiologia.
Processos eficientes
A eficiência e qualidade dos processos no setor de radiologia também influencia a segurança do local, por exemplo, a remoção, manutenção e armazenamento dos EPIs.
O técnico de radiologia também deve ser instruído, por exemplo, quanto à melhor operação do equipamento radiológico e posicionamento correto do paciente, o que reduz a necessidade de refazer os exames, o que aumenta o nível de exposição do paciente.
Evitar a presença de acompanhantes na sala de radiologia é outra recomendação para minimizar a exposição dos indivíduos à radiação.
Portanto, a estruturação dos processos do setor influencia diretamente na segurança operacional, produtividade dos profissionais e no cumprimento às normas de biossegurança na radiologia.
EPIs
Por fim, é essencial que se faça o uso adequado dos EPIs da radiologia para diminuir a exposição à radiação e minimizar as chances de complicações de saúde no longo prazo.
Os equipamentos de proteção devem ser usados sempre que indicado. Eles incluem:
- avental de chumbo: serve à proteção da região torácica e abdominal da radiação ionizante;
- protetores de tireoide: devido à sensibilidade da tireoide à radiação e chances aumentadas de câncer nessa glândula deve-se usar um protetor específico à região;
- óculos plumbíferos: feitos de uma mistura de vidro com chumbo, ele evita à exposição dos olhos à radiação, reduzindo os riscos de catarata;
- protetor de gônadas: visa proteger os órgãos reprodutivos femininos e masculinos, dado o comprometimento da fertilidade pela radiação.
Os EPIs também podem ser usados no paciente em alguns casos, especialmente o avental de chumbo quando o exame não é direcionado à região torácica e abdominal.
Portanto, as medidas de biossegurança na radiologia são essenciais à prática da atividade, promovendo proteção aos profissionais e pacientes.
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