A telemedicina vai continuar após a pandemia?
Avanços na área médica, como sistema PACS e inteligência artificial, contribuem na ampliação e consolidação da telemedicina. Veja quais são as tendências aqui!
A telemedicina é prevista na legislação brasileira desde 2002, no entanto, passou por um grande crescimento nos últimos anos devido às inovações tecnológicas, como o sistema PACS, e durante a pandemia da Covid-19, devido à possibilidade de distanciamento social.
Nesse cenário, muitos gestores têm dúvidas se a telemedicina tende a se consolidar ainda mais após a pandemia ou se ela atingiu seu pico neste momento. Conheça as tendências a seguir.
Como funciona a telemedicina no Brasil?
A telemedicina consiste na prestação de serviços médicos utilizando Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). Dessa forma, o Conselho Federal de Medicina (CFM) entende como suas subáreas:
- teleorientação: meio pelo qual profissionais de saúde podem orientar e encaminhar pacientes utilizando dispositivos digitais;
- telemonitoramento: acompanhamento e supervisão médica para monitorar parâmetros de saúde e/ou doença, como sinais vitais;
- teleconsulta e interconsulta: atendimentos e trocas que ocorrem entre médicos visando contribuir no diagnóstico ou tratamento;
- telerradiologia: consiste na emissão de laudos radiológicos a distância;
- teleaprendizado: são as soluções educacionais pelas quais os profissionais de saúde podem realizar formações utilizando meios digitais.
Portanto, o funcionamento da telemedicina no Brasil é diverso, o que garante diferentes opções de uso no dia a dia das instituições de saúde.
Com isso, as práticas iniciadas nos anos anteriores e reforçadas ou ampliadas durante a pandemia da Covid-19 apresentam-se como oportunidades para transformação na saúde, tanto no aspecto tecnológico, como do próprio cuidado médico.
Para que os serviços de telemedicina sejam realizados, as clínicas e hospitais devem seguir uma série de legislações que padronizam e regulamentam as práticas. As principais diretrizes estão presentes na Resolução n° 1.643/2002, Portaria n° 2.546/2011, Lei n° 13.989/2020 e Ofício n° 1.756/2020.
Verifica-se assim que há toda uma legislação de apoio para que a prática da telemedicina no Brasil seja eficiente para instituições e gestores, mas também proteja e dê respaldo aos pacientes.
Por que a telemedicina deve se consolidar após a pandemia da Covid-19?
Se a telemedicina e suas vertentes, como a telerradiologia e a teleconsulta, cresceram durante a pandemia da Covid-19, a expectativa é para uma consolidação nos próximos anos em decorrência de algumas tendências.
Facilidade aos pacientes
A praticidade que os pacientes ganharam com as diferentes opções de telemedicina não será esquecida e tende inclusive a ser mais buscada, mesmo no cenário pós-pandêmico.
A ideia não é que haja a total migração a esse formato, mas algumas práticas mostraram-se particularmente vantajosas, como consultas de rotina, assistência psicológica e outras.
Eficiência dos processos
A telemedicina demandou em um primeiro momento a revisão de muitos processos gerenciais, administrativos e operacionais, mas feita essa adaptação e transição, observaram-se enormes ganhos de eficiência.
A prática viabiliza a redução de custos e gastos de insumos, otimização do tempo, aumento da produtividade e agilidade tanto nos atendimentos que continuam presenciais como naquelas realizados com intermediação da tecnologia.
Modernização tecnológica
Para que a telemedicina seja possível foi preciso investir em modernização tecnológica por meio de dispositivos mais rápidos e móveis, infraestrutura de comunicação e internet, contratação de serviços, como computação em nuvem, entre outros.
Com esses investimentos realizados, a expectativa é que clínicas e hospitais ampliem o uso desse aparato tecnológico em vez de retomar as práticas analógicas conforme haja o controle da pandemia.
Universalização do acesso
Um dos principais benefícios da telemedicina destacados desde sua implementação no Brasil é a possibilidade de universalização do acesso à saúde, especialmente de serviços altamente especializados.
Em regiões afastadas, centros urbanos menores, na zona rural ou em áreas isoladas, o acesso aos serviços é mais crítico e desafiador, o que pode ser enfrentado com a adoção da telemedicina tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) como também na rede particular.
Sistema PACS
O sistema PACS (Picture Archiving and Communication System) traduzido como Sistema de Comunicação e Arquivamento de Imagens é um dos aliados à ampliação e consolidação da telemedicina.
Na área radiológica, o sistema PACS facilita a comunicação interna e externa, mas também promove outros ganhos, como:
- captura e geração de exames de imagem;
- integração com a emissão de laudos;
- visualização de exames;
- pós processamento das imagens adquiridas;
- monitoramento das etapas do processo.
Com isso, o sistema PACS promove ganhos de produtividade, eficiência e qualidade no setor radiológico que se destaca como um daqueles nos quais a telemedicina desempenha um papel central.
Telerradiologia
A importância da telemedicina na área radiológica também pode ser observada pela adesão de instituições de saúde à telerradiologia.
Na telerradiologia, exames radiológicos realizados internamente são laudados por uma parceira externa que conta com uma equipe de radiologistas, inclusive com especialistas, um tipo de serviço inviável em locais com baixa demanda.
Inteligência Artificial
A inteligência artificial desponta como uma das principais aliadas da implementação de serviços de saúde a distância ou com intermédio da tecnologia.
Um exemplo de aplicação da inteligência artificial são os softwares de laudo para voz usados na radiologia para facilitar a emissão dos laudos médicos, aumentando a produtividade, mobilidade e qualidade de vida do profissional.
Portanto, os ganhos da telemedicina manifestam-se em diferentes áreas e as tendências da área da saúde, como sistema PACS, telerradiologia, inteligência artificial e modernização tecnológica garantem que trata-se uma área que tende a se consolidar ainda mais no cenário pós-pandemia.
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