Qual é a estrutura necessária para implementar a telerradiologia?

20 de maio de 2022

A adoção da telerradiologia pode ser vantajosa para pacientes, profissionais e gestores. Saiba como funciona e estrutura básica

 

A telerradiologia consiste na emissão de laudos radiológicos a distância por uma equipe terceirizada após a realização do exame em ambiente clínico ou hospitalar conforme a proximidade com o paciente.

 

A adesão à telerradiologia aumentou durante a pandemia da Covid-19 por viabilizar o acesso a serviços médicos a distância, ajudando na manutenção do distanciamento social. Apesar disso, a prática já ocorre no Brasil há 20 anos.

 

Entre as razões para a crescente implementação da telerradiologia estão seus benefícios, como a qualidade dos laudos, acesso a especialistas, segurança dos processos e agilidade nos resultados.

 

Apesar dessas vantagens, muitos gestores têm dúvidas quanto aos custos envolvidos para implementar a telerradiologia considerando a estrutura necessária. Entenda mais a seguir:

Estrutura para telerradiologia: o que é necessário?

A estrutura básica para implementação da telerradiologia consiste na junção de equipamentos, sistemas e processos para que a operação funcione baseada em duas localizadas, em parte na clínica e em parte na prestadora de serviço parceira.

 

Conhecer previamente essa infraestrutura é fundamental para que o planejamento financeiro e estratégico seja mais acertado.

Radiologia digital

A primeira demanda para adotar a telerradiologia na clínica ou hospital é contar com um sistema de radiologia digital. Equipamentos de ressonância magnética e tomografia já são assim, entretanto, raios-x e mamografias, por exemplo, podem ser analógicos.

 

Na radiologia digital, o equipamento radiológico é integrado ao computador para gerar imagens digitais do exame realizado.

 

No analógico, o que ocorre é a impressão da chapa com o exame, o que inviabiliza a transferência das informações por canais digitais à prestadora de serviço parceira.

 

Além de viabilizar a telerradiologia, os sistemas digitais também contribuem na qualidade dos exames, eficiência operacional e redução da exposição à radiação, sendo vantajosos à instituição.

Computadores

Um item básico para qualquer comunicação entre instituições é o computador. O hardware usado na radiologia pode ter especificações distintas dos usados em outros departamentos, pois a velocidade de processamento e a qualidade de imagem são mais importantes nessa área.

 

Ainda assim, trata-se de um item básico e que muitas instituições de saúde já contam.

Internet

O acesso à internet também já é comum nas instituições de saúde, inclusive para realização de atendimento via telemedicina.

 

O destaque é que, ao implementar um serviço de telerradiologia é ainda mais indispensável uma internet rápida e de qualidade, pois a interrupção da conexão inviabiliza o funcionamento do serviço.

 

A qualidade da conexão com a internet é um aspecto ainda mais importante de ser ponderado pelos gestores se optar pelos laudos radiológicos de urgência, que devem ter retorno em minutos para encaminhamento do paciente.

Sistema PACS

É provável que o principal item para implementar a telerradiologia, e  menos comum nas instituições de saúde, seja o PACS – Sistema de Comunicação e Arquivamento de Imagens.

 

A tecnologia PACS contribui na gestão, armazenamento e transferência de imagens radiológicas, seguindo padrões internacionais de segurança e formato.

 

Com isso, garante-se que a imagem radiológica obtida na clínica vai ser transmitida por um canal seguro, que preserve a privacidade do paciente, e terá qualidade para uma análise adequada pelo radiologista parceiro.

 

Da mesma forma, a devolutiva do laudo, seja para o médico solicitante ou paciente, ocorre dentro da plataforma, o que torna toda comunicação mais segura e padronizada.

 

A clínica ou hospital pode optar pelo PACS na nuvem, na qual o software é acessado pela internet e todas as informações ficam alocadas em um servidor externo, ou o PACS local, que demanda investimento e manutenção de um servidor interno na própria instituição.

Processos e protocolos

Por fim, mas não menos importante, estão os processos e protocolos relacionados à implementação da telerradiologia.

 

É fundamental que a equipe da clínica seja treinada e qualificada para atuar com a telerradiologia, o que inclui o sistema PACS e os equipamentos necessários à operacionalização do serviço.

 

No que se refere aos protocolos, consiste na definição do fluxo de ações, estipulado pela gestão, para cada tipo de demanda. 

 

Com isso, a equipe sabe quais demandas serão atendidas internamente, quais serão solicitadas via telerradiologia e como encaminhar cada uma delas.

 

No caso de recorrer a telerradiologia, por exemplo, o paciente deve ser informado e concordar com a transferência dos seus dados, assinando um termo de responsabilidade específico. Esse tipo de prática deve estar prevista nos protocolos estabelecidos pela instituição.

 

Portanto, a implementação da telerradiologia não demanda um investimento inacessível para clínicas e hospitais, mas exige que haja planejamento de cada etapa para que o serviço traga resultados mais sólidos e consistentes.

 

A clareza prévia quanto a essa estrutura básica é fundamental para que haja alinhamento dos objetivos da instituição e ganhos operacionais mais significativos, beneficiando pacientes, profissionais e gestores.

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